Políticos tradicionais com “passado controverso” cogitam retorno à vida pública

Nos últimos meses, figuras conhecidas da política de Rondônia, como Amir Lando, Valdir Raupp, Natan Donadon, Acir Gurgacz e Marcos Antônio Donadon, têm manifestado interesse em retornar ao cenário político. Entretanto, é relevante destacar que alguns desses ex-parlamentares enfrentaram processos judiciais e condenações em diferentes instâncias. Dos citados, apenas Amir Lando passou ileso de problemas do gênero em sua trajetória política.
Natan Donadon: Em 2010, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Natan Donadon, ex-deputado federal pelo PMDB-RO, a 13 anos, 4 meses e 10 dias de reclusão pelos crimes de formação de quadrilha e peculato. Os crimes ocorreram durante seu período como diretor financeiro da Assembleia Legislativa de Rondônia, envolvendo o desvio de recursos por meio de contratos simulados de publicidade.
Valdir Raupp – O ex-senador Valdir Raupp foi condenado pela Segunda Turma do STF, em 2020, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, ele teria recebido R$ 500 mil em vantagens indevidas para o PMDB de Rondônia em troca de apoio à manutenção de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. A pena estabelecida foi de 7 anos e 6 meses de reclusão, além do pagamento de multa. Em maio de 2022, o STF reverteu a decisão e absolveu Raupp dos crimes.
Acir Gurgacz – Acir Gurgacz, ex-senador por Rondônia, também enfrentou processos judiciais. Em 2018, o STF o condenou a 4 anos e 6 meses de prisão em regime semiaberto por crimes contra o sistema financeiro nacional, relacionados a empréstimos fraudulentos obtidos por sua empresa de transportes, a Eucaturr.
Marcos Antônio Donadon – Marcos Antônio Donadon, ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, foi condenado por peculato e formação de quadrilha, cumprindo pena em regime fechado. De acordo com o MP-RO, estima-se que R$ 70 milhões foram desviados em contratos fraudulentos. Corre nos bastidores da política, que ele teria expressado a intenção de voltar a concorrer a um mandato político, apesar de sua esposa, Rosangela Donadon, ter “herdado” seu espaço político.
Amir Lando – Amir Lando, ex-senador e ex-ministro da Previdência Social, não possui registros públicos recentes de condenações criminais. Entretanto, seu nome já foi citado em investigações anteriores, sem que tenham resultado em condenações.
Ivo Cassol: o ex governador e senador Ivo Cassol também aguarda decisão do STF para entrar no páreo em 2026. Ivo foi condenado por improbidade administrativa, supostamente em fraude de licitação pública, mas, conseguiu uma liminar em 2022 que quase permitiu sua candidatura a governador. O STF derrubou a liminar que havia suspendido a inexigibilidade de Cassol.
Um possível retorno desses ex políticos ao cenário atual, corre em um contexto onde a legislação brasileira permite que, após o cumprimento das penas e respeitados os prazos de inelegibilidade estabelecidos pela Lei da Ficha Limpa, indivíduos possam voltar a concorrer a cargos públicos.
Resta saber o que o eleitor pensa a esse respeito, já que alguns foram condenados justamente por crimes contra a administração pública, mas, há casos como o do ex senador Valdir Raupp que recentemente conseguiu ser absolvido na ação.
Embora todos eles estejam afastados dos holofotes da política, nos bastidores há uma preocupação com a tentativa de retornarem à disputa, especialmente para as candidaturas das esferas estadual e federal, as quais já provaram serem bons de votos. O ex senador Ivo Cassol, por exemplo, é um possível candidato que pode mudar o cenário em 2026, caso consiga a liberação da justiça. Ivo é popular em todo o estado e os eleitores mais humildes, que são maioria, ignoram sua condenação e torcem pelo seu retorno nos quatro cantos de Rondônia.
FONTE: Paulo Mendes/REVISTA REFLEXO POLÍTICO