Parecer do MP contra cassação de prefeito e vice em Vilhena frustra lideranças que previam eleição suplementar
“Agradeço a opinião do promotor, mas agradeço ainda mais à justiça em Vilhena.”

Em entrevista exclusiva ao Site Folhadosulonline, o prefeito de Vilhena, Flori Cordeiro falou sobre o Parecer do MP sobre uma possível cassação de seu mandato. Veja matéria:
Com o prefeito de Vilhena, Delegado Flori (Podemos), respondendo à quarta Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) na justiça, adversários do mandatário davam como certo que, se ele havia escapado das outras três, na que está tramitando na primeira instância, teria seu mandato cassado.
Nos bastidores da política municipal, as apostas em uma nova eleição suplementar, a terceira na história recente do município, levaram muitas lideranças, inclusive da situação, a articular possíveis nomes para a disputa.
Por enquanto, Flori vai resistindo, já que, na única condenação que sofreu na Justiça Eleitoral local, foi multado em R$ 10 mil reais, mas a pena não inclui a perda do cargo. Ele está contestando a decisão no TRE.
A ação contra Flori foi movida pela coligação da professora Raquel Donadon, adversária dele no pleito de 2024. O prefeito é acusado de abuso de poder político e econômico na campanha e teve sua prestação de contas rejeitada (assim como a própria Raquel Donadon, que também teve suas contas rejeitadas, ironicamente).
O vice-prefeito, Aparecido Donadon (PU), também foi citado no pedido de cassação eleitoral feito pelo promotor Rodrigo Guimarães, que listou sete acusações contra o prefeito:
- Gastos desproporcionais com materiais de campanha, como a aquisição de material publicitário (“santinhos” e mosquitinhos) em desproporção ao número de habitantes do município;
- Registro inadequado de despesas com combustíveis;
- Uso irregular de recursos do Fundo Partidário e do FEFC, consistente na ausência de comprovação de gastos, devido à falta de notas fiscais idôneas e recibos;
- Falhas contábeis (documentação vencida);
- Comunicação intempestiva de 14,99% dos recursos arrecadados nas eleições municipais de Vilhena;
- Impulsionamento da campanha em redes sociais de forma paga por terceiros;
- Contratação indevida de empresas de comunicação com vínculo com servidores públicos.
No entanto, ao opinar sobre o caso, o representante do MP não viu motivos para que Flori seja cassado e escreveu:
“Em síntese, concluo que o reconhecimento de qualquer abuso de poder político e econômico, dadas as graves consequências sobre os princípios democráticos e da estabilidade jurídica, deve efetivamente estar amparado em provas seguras de sua ocorrência, o que, todavia, não se verificou no presente processo.”
A manifestação do promotor não significa outra vitória do prefeito, já que a decisão cabe à juíza Christian Carla de Almeida Freitas. Mas o parecer indica que as irregularidades atribuídas a ele não têm potencial tão explosivo quanto imaginavam os que previam a condenação.
Ao ser procurado pelo Folha do Sul Online para comentar o parecer, Flori disse o seguinte:
“Agradeço a opinião do promotor, mas agradeço ainda mais à justiça em Vilhena. Conduziu as eleições na cidade como nunca antes e nos dá segurança a todos, com decisões que às vezes a gente não gosta, mas tem de admitir como sendo muito boas tecnicamente. Nesse processo, em especial, nos foi dada toda a oportunidade de defesa e a douta juíza é muito sensível a tudo, reconhecida como uma magistrada de qualidade superior. Mais do que o resultado, esse sentimento de segurança é muito importante.”
Da Redação do Site Folhadosulonline