Pagamento de auxílio-alimentação a vereadores provoca polêmica em diversas cidades de Rondônia

A concessão de auxílios-alimentação a vereadores em diversos municípios de Rondônia tem gerado debates e manifestações de insatisfação entre os cidadãos. Em Cerejeiras, por exemplo, a Câmara Municipal aprovou, em 10 de janeiro de 2025, um auxílio-alimentação mensal de R$ 1.450,00 para cada um dos nove vereadores e cerca de 20 servidores, resultando em um custo adicional anual de R$ 504.600,00 para o município. Essa decisão ocorreu em uma cidade com aproximadamente 18 mil habitantes, onde os salários dos vereadores variam entre R$ 5.500,00 e R$ 7.500,00 reais.
Em Guajará-Mirim, a Câmara Municipal aprovou, em 4 de dezembro de 2023, um auxílio-alimentação de R$ 1.500,00 para os vereadores. O vereador Elias Crispim votou contra a medida e, posteriormente, formalizou a renúncia ao benefício, destacando seu compromisso com a responsabilidade fiscal.
Situações semelhantes ocorreram em outros municípios. Em Colorado do Oeste, em setembro de 2018, os vereadores inicialmente propuseram um auxílio-alimentação de R$ 500,00 para si mesmos, mas recuaram e arquivaram o projeto após repercussão social negativa. Já em Vilhena, em outubro de 2019, a Câmara aprovou o aumento do auxílio-alimentação dos servidores de R$ 700,00 para R$ 1.000,00, decisão que também gerou críticas da população.
Agora, a nova legislatura da Câmara de Vilhena acena para um aumento de mais 40% na proposta anterior. Corre no bastidores da Câmara que a maioria dos vereadores quer um “auxilio-bóia” de R$ 1.400,00. Mas não para por aí. Os nobres vereadores cogitam ainda um aumento nas diárias para dentro e fora do estado, já que as viagens vem se tornando corriqueiras para a maioria dos novos vereadores.
Sobre o aumento nas diárias, os vereadores já se defenderam publicamente, garantindo que os gastos “valem a pena”, já que, segundo informaram, eles tem conquistado recursos que garantem o investimento dos eleitores.
Essas decisões têm sido alvo de críticas por parte da população, que questiona a concessão dos benefícios em um contexto econômico desafiador. A insatisfação popular reflete preocupações com a gestão dos recursos públicos e a prioridade dada aos gastos legislativos em comparação com outras necessidades municipais.