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Mudança na Câmara: Graebin deve deixar cargo e Oziane Germiniano pode assumir vaga

Com a cassação determinada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO), por fraude à cota de gênero no registro de candidaturas do PRD, o vereador Gabriel Graebin deve perder seu mandato e dar lugar à suplente Oziane Germiniano, do União Brasil. A decisão ainda cabe recurso, mas já movimenta os bastidores políticos de Vilhena.

Gabriel Graebin, o vereador mais jovem da atual legislatura, foi eleito em 2020 pelo PRD, partido que teve todos os votos anulados após decisão da Justiça Eleitoral. O processo envolve o registro de uma candidatura feminina apontada como irregular, e que acabou afetando toda a chapa. Gabriel, que ainda tenta recorrer, segue no cargo até que a decisão transite em julgado.

Filho do ex-vereador Wanderley Graebin, Gabriel teve desde o início do mandato a forte influência do pai, que chegou a ser investigado e condenado por envolvimento em esquema de desvio de diárias durante sua passagem pelo Legislativo. Wanderley Graebin participou ativamente da campanha e continuou presente no mandato do filho, sendo visto com frequência em reuniões com o prefeito, autoridades e até mesmo dentro do gabinete parlamentar.

Caso a decisão do TRE seja confirmada, a vaga deixada por Graebin será ocupada por Oziane Germiniano, assistente social e primeira suplente do União Brasil. Sua campanha em 2020, no entanto, foi marcada por controvérsias internas.

Na época, Oziane recebeu, ao lado do também candidato Sargento Damassa, um repasse financeiro do partido, enviado pela deputada federal Cristiane Lopes. O recurso, destinado exclusivamente aos dois, causou descontentamento entre os demais candidatos da legenda, que esperavam igualdade na distribuição dos recursos. O desconforto aumentou quando Oziane e seu esposo, Wesley Rodrigo Germiniano — presidente municipal do partido e Secretário Executivo do governo no cone sul do estado — evitaram falar sobre o assunto, apenas reconhecendo o benefício em reunião com os demais candidatos, após o jornalista e então candidato, Paulo Mendes trazer o assunto a público.

Além disso, surgiram, nos bastidores, questionamentos sobre o possível uso de servidores estaduais portariados na estrutura de sua campanha, por influência da Secretaria Regional de Governo, onde o marido de Oziane exercia liderança.

A chegada de Oziane ao Legislativo deve reacender discussões sobre uso de estrutura pública em campanhas eleitorais, e ainda promete desdobramentos dentro do próprio União Brasil, que enfrenta pressão por mais transparência na gestão interna de recursos e apoio político. Em Vilhena, os dois vereadores do partido não conseguiram até o momento nenhum recurso para a cidade.

Se for confirmada a entrada de Oziane, com três vereadores, o União Brasil terá 23% de representatividade, sendo duas vereadoras e um vereador.

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