Fiasco como vereador, Pagani abandona mandato e volta pré candidato a deputado federal

Dhonatan Pagani, jovem ex vereador de Vilhena, foi o nome mais badalado nas eleições de 2020 ao ser o mais votado da história do município, com 1.878 votos. Servidor público municipal e natural da cidade, Pagani, então com 24 anos, iniciou seu mandato com grande expectativa popular pela juventude. Um “rostinho bonito”, de discurso convincente, perfil midiático e que soube surfar na onda da direita. Passou pelas urnas como uma grande promessa política.
Mas a história reservou capítulos diferentes para sua trajetória. De cara, Pagani enfrentou um desgaste político com a nomeação de sua meio irmã como chefe de gabinete, ato que conhecia perfeitamente já que é bacharel em Direito. A atitude lhe rendeu duras críticas populares e “trincou” a confiança de parte dos seus eleitores que começaram a ficar “atentos” aos seus passos no legislativo, abordando temas como causas animais e questões sociais que lhe renderam pouca visibilidade.
Um episódio contraditório sobre animais, em especial, lhe rendeu críticas públicas. Foi quando soltou fogos de artifício depois de defender a lei que punia quem utilizasse tais dispositivos. No entanto, foi a partir de 2023 que sua trajetória política começou a apresentar instabilidades.

Em abril de 2024, após faltar a três sessões consecutivas, o jovem vereador foi destituído da presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Câmara Municipal, uma das mais importantes do Parlamento. Pagani justificou as ausências alegando problemas de saúde familiar. Posteriormente, em maio do mesmo ano, solicitou afastamento do mandato por tempo indeterminado para tratar de “assuntos pessoais”, sem fornecer detalhes adicionais.
Durante o período de afastamento do ex vereador, surgiram rumores sobre sua mudança para Goiânia. Em setembro de 2024, Pagani anunciou seu retorno às funções legislativas para cumprir o final do seu mandato, porém, descartou a possibilidade de disputar a reeleição. Pagani afirmou ter cumprido cerca de 80% das promessas de campanha, declarou apoio à candidatura do então prefeito Flori Cordeiro, o que seria uma espécie de “despedida” da política.
Em suas redes sociais, Pagani garantiu que se quisesse disputar a reeleição, não tinha dúvidas que seria reeleito, mas, não levou em consideração que seu mandato considerado pífio, a ausência de explicações claras sobre os motivos que levaram às suas ausências e ao afastamento do cargo, gerou diversas especulações e decepção entre seus eleitores.
No último dia 25, Pagani anunciou sua pré candidatura a deputado federal com o apoio do deputado Fernando Máximo, de quem é assessor. O “retorno” a Vilhena como pré candidato depois de um mandato considerado pífio, sem expressão e com sua credibilidade afetada pelo afastamento injustificado – já que muitos dos seus eleitores consideraram sua saída uma traição à cidade – levantam a questão sobre seu potencial e suas reais intenções após todo esse desgaste político.
Por outro lado, se consolidar sua candidatura, poderá disputar votos com o atual prefeito, Flori Cordeiro, a quem defendeu como vereador, de “olhos fechados”, diferente do tratamento que deu ao ex prefeito Japonês, a quem fez oposição sistemática.
Em uma festa de aniversário de um vereador esta semana, algumas pessoas comentaram o lançamento de sua pré candidatura e questionaram o que de fato o ex vereador fez por Vilhena que o credencie a ser candidato, já que, depois da declinada de seu mandato, abandonou a cidade sem explicar aos seus eleitores e agora, oportunamente, ressurge para tentar convencer o eleitor de que pode ser um bom representante na Câmara Federal. Sem uma “ficha de serviços prestados” à altura, Pagani deve apostar na capacidade de discurso e convencimento que lhe são peculiares para garantir votos. Resta saber se o eleitor que acompanhou sua trajetória aceitará apostar seu voto novamente apenas em discursos eloquentes, agora sabendo que no caso de Pagani, parecem não andar junto com a prática.