“Aumento de Tarifas pelos EUA ameaça comércio de aço e alumínio com Brasil e outros fornecedores”

11 de fevereiro de 2025 admin

As preocupações internacionais aumentaram após o anúncio dos Estados Unidos de elevar em 25% as tarifas sobre todas as importações de aço e alumínio. Os Estados Unidos dependem fortemente dessas importações, adquirindo aproximadamente 25% do aço e pelo menos metade do alumínio de fornecedores estrangeiros.

O Brasil, que se destacou como o segundo maior fornecedor de aço para os EUA em 2024, está entre os países que podem ser significativamente afetados pela nova tarifa. Dados do Departamento de Comércio americano apontam essa posição privilegiada do Brasil no mercado norte-americano. Em 2023, os EUA compraram 18% das exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço, conforme dados divulgados pelo governo brasileiro.

Não apenas o Brasil, mas outros importantes fornecedores dos EUA, como Canadá, Japão, Coreia do Sul e Alemanha, enfrentam um cenário de incerteza. A China, apesar de ser o maior produtor e exportador de aço mundialmente, envia quantidades mínimas para os EUA. As tarifas de 25% impostas anteriormente, em 2018, já haviam deixado o aço chinês praticamente fora do mercado americano.

Em 2024, a China exportou 508 mil toneladas líquidas de aço para os EUA, o que representa apenas 1,8% das importações totais americanas. No segmento de alumínio, o Canadá surge como o maior fornecedor, com importações que totalizaram 3,2 milhões de toneladas em 2024, o dobro das importações combinadas dos nove países subsequentes. Os Emirados Árabes Unidos e a China também são destacados como grandes exportadores de alumínio para os EUA, com 347.034 e 222.872 toneladas métricas, respectivamente.

A decisão do ex-presidente Donald Trump de aumentar as tarifas representa uma escalada significativa em sua política comercial. Desde o início de seu novo mandato, Trump havia imposto tarifas sobre produtos de Canadá, México e China, prometendo ainda direcionar sua atenção para a União Europeia.

Até então, o Brasil havia escapado das medidas tarifárias mais severas aplicadas pela administração Trump, mas a nova tarifa sobre aço e alumínio representa um desafio significativo para o comércio bilateral entre Brasil e EUA.